quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Arte, Histórias e Versos no Cemitério de Jaú - um pouco de tudo...

Arte: A Santa Therezinha de Roque de Mingo no Cemitério Municipal de Jaú Ana Rosa de Paula.

(Quadra A, Rua I, nº 5)

Na obra de Roque de Mingo é possível perceber a semelhança da foto da Santa Therezinha e qualidade do artista em reproduzir com tamanha perfeição a mesma forma física da Santa (*) (Teresa de Liseux - Alençon, 2 de janeiro de 1873 - Liseux, 30 de setembron de 1897 - foi uma relisiosa carmelita francesa e Doutora da Igreja. É conhecida como Santa Tereza do Menino Jeus e da Santa Face ou, popularmente Santa Terezinha).

acesado em 29/09/2010

Versos : Mário Quintana escreveu sobre o Cemitério pelo menos dois versos que dizem respeito ao imaginário sobre a morte, um deles é este: (*)

Inscrição para um portão de cemitério

(Quadra A, Rua R)

Na mesma pedra se encontram conforme o povo traduz,
Quando se nasce uma estrela
Quando se morre uma cruz
Mas quantos que aqui repousam
Hão de nos emendar-nos assim,
"Ponha-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!..."

Mário Quintana

(*) A pedra é do Cemitério de Jaú


Histórias / Mitos: Viviane TufiK Curi


É tida como "santinha", "beata", pois realiza segundo a crença popular milagres. Viviane faleceu muito nova. Antigamente essas crianças novas falecidas eram chamadas de "anjos" pois não tiveram tempo nem de pecar, faleceram então sem pecados. Esses "anjos" poderiam interceder perante a família.
Em algumas sepulturas de anjos é possível ler o pedido da família pelo zelo do "anjinho" que retornou a pátria espiritual.


Histórias / Mitos : A estátua do "Túmulo da Caveirinha"

(Quadra B, Rua K, nº 34)

Muito se fala do "Túmulo da Caveirinha" mas nada, absolutamente nada sobre a imagem que a caveira faz parte. Trata-se de São Gabriel da Virgem Doloros (*vide biografia abaixo).
A Família de Miguel Di Martino (ou Martino), italiano que aportuguesou o nome como muitos dos nossos antepassados, faleceu Miguel Martins, era ótima pessoa sendo conhecido como "Miguelão". Miguel e sua esposa eram devotos deste santo desde os tempos da Itália. Quando ele faleceu sua esposa encomendou uma estátua do santo da qual a família é devota ainda hoje.
A família pede para o santo, o povo pede para a caveira.

(*) Nasceu no ano de 1838, na cidade de Assis, de família nobre. Embora tenha perdido muito cedo sua mãe, recebeu do pai ótima educação na fé e piedade. Seu nome de batismo era Francisco e era um jovem muito inteligente. Gostava de teatro, bailes e leitura de romances. Francisco estava com os pés, como que em duas canoas, já que piedoso e, muitas vezes, arrependido dos pecados, ainda dava brecha ao inimigo através de vaidades. Desde cedo era chamado ao sacerdócio, mas sempre ia deixando de lado seu chamado e suas promessas. Deus, porém ia batendo-lhe no coração, mas sempre resistia.
Foi atacado duas vezes por grave enfermidade. Prometeu entrar num convento, caso obtivesse a cura. A cura aconteceu, mas ele voltou atrás, até que aconteceu algo doloroso para ele: a morte de sua irmã Luisa, a quem tanto se dedicava. Esse fato feriu seu coração, deixando-o desiludido da vida. Foi durante uma procissão de Nossa Senhora da Glória, que sentiu na alma as palavras: “Francisco, o mundo não é para ti; Deus te quer no convento”. Deixou tudo para trás. Tomou o nome de Gabriel e consagrou-se a Deus. Enfrentou o sofrimento da tuberculose e preparou-se santamente para a morte, onde Deus o recolheu aos 24 anos de idade. Era o dia 27 de fevereiro de 1862. Milagres de cura aconteceram já durante o seu sepultamento. A vida de São Gabriel nos mostra claramente que Deus tem os seus caminhos quando põe os olhos num escolhido.

http://congregacaodagloria.blogspot.com/2009/06/5-sao-gabriel-da-virgem-dolorosa.html

acessado em 8 de setembro de 2010.

Versos / Histórias : Apolônio Hilst e o verso de sua filha em seu epitáfio.


De sua filha, Hilda Hilst para ele em seu epitáfio:


E ainda que as janelas

se fechem

meu pai é certo

que amanhece


De Apolônio Hilst sobre a liberdade:

É alta e loira.
E nem ouro e altura estilizada.
Orgulhosa e soberana,
tem pose, gestos, figura
e formas de escultura
parnasiana.
Mais nada.

De olhos cor da cinza, tristonhos,
olheiras, spleen ou sono,
não sei se filha dos meus sonhos
ou figura de abandono.
Dizem que tem uma paixão atlântica
por certo moço louro e nunca
lhe diz nada.
É uma balada
romântica.

Não sei da cor, não sei da altura,
não sei do gesto.
Há nela tal mistura
de traços, cor, formas, posturas,
chipre e sândalo
que a estes meus olhos de burguês honesto
é um escândalo
de formosura!
É a mais mulher por ser a mais artista:
um poema futurista...

Um comentário:

Francys Oliva disse...
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