Jahu de ontem e de hoje. – Alberto Gomes Barbosa
Extraído
da Revista Brasilitas, janeiro de 1937, página 17 – Arquivo do Museu Municipal
de Jahu
(...)
O
Jahu até 1853, não tinha denominação especial, pois era sertão pertencente ao
distrito de Brotas, comarca de Mogi Mirim, mas tarde de Rio Claro e finalmente
Araraquara, se bem que nestas terras desde 1837 já aqui residiam vários
sitiantes. Alguns destes, em dia do mês de maio daquele ano, segundo
informações do velho português Gaspar Felix Vianna de Barcellos, que aqui
residia desde 1856, reuniram-se em casa de Lucio de Arruda Leme, com o fim de
fundar uma povoação, pois a localidade mais próxima era a de Brotas, a
distância de 10 léguas, por péssimos e ínvios caminhos, através da mata virgem.
Ali,
depois de vários alvitres, foi colhido o local para a nova povoação onde hoje
se acha à margem esquerda do rio Jahu, (já assim denominado há muitos anos), na
confluência do córrego da Figueira com aquele rio. Sendo escolhida uma comissão
composta dos senhores Bento Manoel de Moraes Navarro, tenente Manoel Joaquim
Lopes, capitão José Ribeiro de Camargo e
Francisco Gomes Botão, para tratarem do assunto. Escolhido o local, dois
membros da comissão senhores tenente Lopes e Gomes Botão ofereceram 40
alqueires de terra para o patrimônio da igreja que se instituísse. Para a
escolha da padroeira muito concorreu Bento Manoel que indicou Nossa Senhora do
Patrocínio, oferecendo a respectiva imagem que mandou esculturar em Itú, de
onde veio com bastantes dificuldades em “bangue”, espécie de liteira.
Logo
depois de escolhido o local, a comissão tratou de edificar uma igrejinha e
construir o cemitério. Com não tinha outro material fácil, essa construção foi
feita com achas de jeribá com a cobertura de folha da mesma palmeira. O cemitério
foi cercado com achas de jeribá. Para isso, foram roçadas na mata virgem duas
clareira, uma onde se vê a magnífica matriz e outra onde esta edificado o grupo
escolar Major Prado.
Não
há noticia escrita da data exata em que foi celebrada nessa humilde igrejinha,
a primeira missa, sabe-se sim, que ela foi dita pelo vigário de Brotas padre
Francisco de Paula Camargo, no ano da fundação.
O
nome de “Jahu” é oriundo do rio. Este teve essa denominação dada pelos
bandeirantes, que, em moções, partindo de Porto Feliz para Cuiabá, pelo rio
Tietê, pernoitaram na foz do nosso rio, e ali foi pescado um grande “jahu”, bem
conhecido peixe de água doce e de couro, da família dos “piracombucas” ou
“pintados”, ficando esse lugar conhecido como a denominação de Barra do
Ribeirão Jahu nome que se estendeu a
todo esse curso d’água. (...)
Ai
pelo ano de 1816 fundou-se uma colônia onde é o bairro das Araras, hoje distrito
de Potunduva, durou pouco, pois em 1820 já não existia, tendo os moradores se
mudado para Piracicaba que era a povoação mais próxima.
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