Em seu “Vultos e Fatos da História de Jaú”, (1954) José Fernandes menciona uma indicação: Por proposta da Câmara Municipal de Araraquara, em 16 de janeiro de 1847, passa ele (o rio Jaú) neste tempo a constituir parte das divisas entre aquele município e o de Brotas. Deve ser esta a sua menção oficial mais antiga.
Em outro trecho Fernandes nos relata que em 29 de março de 1852 o vigário de Brotas informava ao Presidente da Província que na sua Freguesia, além da Igreja da sede, que era a Matriz, havia “em outra Capela no lugar denominado Jaú, nas margens do Tietê”.
Por estes fragmentos de texto em 1847 o rio já chamava-se Jahu em outro isso registra uma data para a primeira capela (1852) e menciona este lugar como Jahu.
O “Jahú em 1900” de Sebastião Teixeira narra a celebre reunião ocorrida em meados de 1853 realizada na casa de Lucio de Arruda Leme onde deliberaram sobre a fundação do povoado escolhendo uma comissão para este fim. Foram escolhidos Bento Manoel de Moraes Navarro, tenente Manoel Joaquim Lopes, capitão José Ribeiro de Camargo e Francisco Gomes Botão, todos ligados ao partido liberal. Por proposta de Bento Manoel de Moraes Navarro, Nossa Senhora do Patrocínio foi indicada como padroeira da cidade. Encomendou uma imagem em Itu, e como ficasse a margem do Ribeirão Jaú, recebeu a denominação de Nossa Senhora do Patrocínio do Jahú.
Segundo Sebastião Teixeira existiriam duas versões para o nome Jaú (Jahú na época/ 1900).
A primeira versão para a origem do nome seria o fato que em certa ocasião a cheia do rio trouxe um cardume de peixes, dentre eles um Jahu. Tendo sido ali encontrado ainda vivo, os seus descobridores perpetuaram a lembrança do fato dando seu nome ao Ribeirão. A segunda versão diz que os bandeirantes pernoitando na foz do dito ribeirão, no Rio Tietê, ali pescaram um Jaú, ficando esse lugar conhecido pela denominação de Barra do Ribeirão do Jaú, que foi modificado para Ribeirão do Jaú.
José Fernandes, no Vultos e Fatos da História de Jahu, conta-nos que Jaú é o nome de um dos maiores peixes de água doce; é de couro e da mesma família do Piracumbucu ou pintado. Em certo comentário sobre uma foto do desfile do 1° Centenário, Fernandes descreve: “(...) este enorme peixe constitui o carro alegórico evocativo das origens do nome do rio que banha o município e a cidade que tirou a designação já secular”.
No Brasão Jauense, instituído pela lei municipal 77 de 13 de maio de 1949, Roberto Tut descreve que “como elementos do escudo temos primeiramente o rio e o peixe Jaú, como símbolo toponímico, constituindo assim figuras heráldicas parlantes do nome da cidade”.
Pelas fontes escritas mais comuns e dignas de credibilidade o nome da cidade foi dado por causa do rio que aqui passava chamado Jahu. E o rio por sua vez recebeu esse nome pelo peixe que ali se pescava em abundância, o peixe Jahu. O peixe deu nome ao rio que deu nome a cidade. E o índio Ya-hu?
Existe outra versão mais recente sobre a origem do peixe Jaú e por tabela a origem do nome da cidade. Foram encontrados manuscritos na Biblioteca de Campinas entre 1890 e 1912 por Benedito Agrando Bastos sobre a origem do peixe Jaú, o relato diz que um jovem guerreiro Kaingangue não aceitando uma troca de “cunhas” entre seu pai e o chefe coroado (Kaingangue e coroados são a mesma coisa) por causa do amor a uma jovem índia, revoltou-se e reagiu. A troca era o selo de um acordo de paz. O jovem perseguiu os coroados até próximo a Serra de São Pedro, onde, sozinho, os encurralou e lhes fez guerra, causando muitas baixas. Mas mortalmente ferido, retrocedeu. Cercado pelo inimigo e vendo que não tinha mais espaço para a fuga e para que seu corpo não servisse de troféu, o jovem guerreiro atira-se num ribeirão, de onde surgiu mais tarde, transformado em um bagre que recebeu o nome de Jaú.
Esta historia explica a origem do peixe Jahu que segundo a lenda antes era um guerreiro cujo nome significa “o corpo do filho rebelde”. No museu de Jahu esta escrito que Ya-hu “o comilão”, nome dado pelos mesmos indígenas (?).
No site da prefeitura no final assim se informa:
A Lenda
O nome Jaú vem do tempo das monções e tem ampla significação na língua Tupi-Guarani-Kaingangue. Ya-hu quer dizer peixe guloso, comedor, um grande bagre comedor... Mas também pode significar "o corpo do filho rebelde" segundo conta a lenda do peixe Jaú.
Ya-hu era um jovem guerreiro Kaingangue que não aceitou uma troca de cunhas entre seu pai e o chefe da tribo dos Coroados, a qual selava um acordo de paz.
Por causa de uma das moças, talvez a amada, o Ya-hu revoltou-se contra o pai e reagiu. Perseguiu os Coroados até próximo a Serra de São Paulo, onde encurralou e fez guerra, causando muitas mortes. Porém, bastante ferido, o jovem guerreiro volta para casa, mas desta vez foi seguido pelos Coroados.
Durante a caminhada acabou atingido duas vezes. Por fim, cercado pelo inimigo, e vendo que não tinha mais espaço para fuga, para que seu corpo não fosse comido e para que sua cabeça não fosse cortada e erguida como troféu, o jovem guerreiro Kaingangue preferiu afogar-se num ribeirão, de onde ressurgiu mais tarde, transformado em peixe.
Esse nome, dado pelo chefe Kaigangue e que mais tarde passou ao rio e ao Município, significa o corpo do filho rebelde, justamente porque o referido peixe mostrava no dorso uma mancha irregular na cor vermelha, iguais as que usava o jovem guerreiro, que jamais voltou de sua guerra contra os Coroados.
É por isso que hoje vemos diversas versões sobre a origem do nome da cidade, como esta publicada por uma empresa jauense:
A origem do nome Jaú: A lenda do peixe que deu nome à Cidade
14/11/2009
Por BioNews Online
Você sabe que Jaú tem esse nome por causa do peixe. Mas você sabe por que o peixe se chama Jaú?
Diz a lenda: O nome Jaú vem do tempo das monções e tem amplo significado na língua Tupi - Guarani - Kaingangue. Ya-hu quer dizer “peixe guloso”, comedor, um grande bagre comedor. Mas também pode significar "o corpo do filho rebelde" segundo conta a lenda do peixe Jaú.
Ya-hu era um jovem guerreiro Kaingangue que não aceitou uma troca de cunhas para selar um acordo de paz entre seu pai e o chefe da tribo dos Coroados. Por causa de uma das mo-ças, talvez a amada, o Ya-hu revoltou-se contra o pai, e reagiu, perseguiu os Coroados até próximo a serra de São Paulo, onde os encurralou e fez guerra, causando muitas mortes.
Porém, bastante ferido, o jovem guerreiro tentou voltar para casa, mas desta vez foi seguido pelos Coroados. Durante a caminhada acabou atingido duas vezes. Por fim, cercado pelo inimigo e vendo que não tinha mais espaço para fuga, para que seu corpo não fosse co-mido e para que sua cabeça não fosse cortada e erguida como troféu, o jovem guerreiro Kaingangue preferiu afogar-se num ribeirão, de onde ressurgiu mais tarde, transformado em peixe.
O nome Ya-hu, dado pelo chefe Kai-gangue ao seu filho e que mais tarde passou ao rio e ao Município, significa “o corpo do filho rebelde”. A lenda se justifica porque o peixe mostra no dorso uma mancha irregular de cor vermelha, igual a usada pelo jovem guerreiro, que jamais voltou de sua guerra contra os Coroados.
Curiosidade: Lembrando que no espanhol latino, como em outros dialetos, o “Y” tem som de “J”, por exemplo: Yo, que quer dizer 'eu', se pronuncia “Jo”. Imagina-se que o nome do Ya-hu, deveria se pronunciado “Ja-hu”, o que de fato originou o primeiro nome do nosso povoado: “Jahu”.
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