"Trentasei giorni di macchina e vapore, e nella Merica noi siamo arrivá" - Canção do folclore italiano
Em homenagem as muitas famílias italianas que se radicaram em Jahu (SP) em fins do século XIX e no início do século XX atraídos pelo café, escrevo a História da minha família, a família Poli, ou Polli. Nas duas formas de se escrever nosso sobrenome (com um "L" e com dois "LL) já um fato histórico comum na época - desdenho ou incompetência em verificar na hora do registro se o nome estava escrito corretamente. Não é o caso do sobrenome da minha família, mas alguns sobrenomes sofreram "aportuguesamento" como Croce - Cruz, Contatore - Contador.
Os primeiros Polis da minha família que chegaram ao Brasil foram meu trisavô Giovanni Battista Poli, com 38 anos de idade (registrado como GIO BATTA POLI na Hospedaria do Imigrante do Brás), sua esposa Cristiana Riane, com 30 anos (não consta o sobrenome da minha trisavó no livro de registro da Hospedaria) e seus dois filhos, Pietro com 3 e Ernesto com 2 anos, meu bisavô. Desembarcaram no dia 08 de outubro de 1897 vindos de Gênova com o vapor São Gottardo com destino a Jahu - já contratados pelo fazendeiro João Bentóca.
O vapor San Gottardo foi construído por G. Ansaldo & Co, Sampierdarena em 1884 para Dufour & Bruzzo, Gênova. Ele tinha 2.532 toneladas, dois mastros e fazia uma velocidade de 10 nós. Havia acomodação para 30 passageiros de 1ª classe e 1.290 passageiros de 3ª classe. Lançado em maio de 1884, deixou Gênova rumo ao Brasil e à Argentina no mesmo mês.
Uma viagem de navio naquela época era uma empreitada dura. As condições dos navios eram precárias, o calor, o excesso de passageiros e as condições de higiene favoreciam o aumento de doenças. Aos emigrantes era destinada a cuccetta - espaço muito estreito - uma espécie de dormitório coletivo. Nele havia beliches com colchões de crina, travesseiros e cobertores de lã, que muitas vezes tinha parasitas e piolhos. Mas nem tudo era sofrimento. Festas e jogos animavam os passageiros e os ajudavam a suportar as dificuldades. Assim, depois de 20 a 30 dias de viagem, chegavam ao Brasil, onde se iniciava outra viagem, dessa vez rumo ao futuro incerto das cidades e fazendas.
Uma viagem de navio naquela época era uma empreitada dura. As condições dos navios eram precárias, o calor, o excesso de passageiros e as condições de higiene favoreciam o aumento de doenças. Aos emigrantes era destinada a cuccetta - espaço muito estreito - uma espécie de dormitório coletivo. Nele havia beliches com colchões de crina, travesseiros e cobertores de lã, que muitas vezes tinha parasitas e piolhos. Mas nem tudo era sofrimento. Festas e jogos animavam os passageiros e os ajudavam a suportar as dificuldades. Assim, depois de 20 a 30 dias de viagem, chegavam ao Brasil, onde se iniciava outra viagem, dessa vez rumo ao futuro incerto das cidades e fazendas.
Texto Francisco Braido
Foram registrados no livro 60, página 86, família nº 40260.
Giovanni Battista Poli e Critiana Reani tiveram mais filhos no Brasil - Ítalo Poli e Ítala Poli (gêmeos), Erina e Virginia.
![]() |
Irina Poli |
![]() |
Virgínia Poli |
![]() |
Pietro Poli (Pedro Poli) |
![]() |
Ítala Poli em 1934 com seu esposo |
![]() |
Ítalo Poli |
Meu bisavô Ernesto Poli (eu tenho uma foto dele que precisa ser digitalizada) casou-se com Paula Buscarquini cujos filhos gerados foram na sequência - Bia de Almeida, Libero Polli - meu avô, Idalina Poli, Clarice Poli, Paschoal Poli e Antonio Poli. Ernesto Poli trabalhou como agricultor na Fazenda Morro Vermelho e em determinado ano juntou as tralhas e foi para a capital São Paulo, ficando em Jahu apenas meu avô Libero Polli.
Libero Polli casou-se com Elisa Fávero e tiveram os seguintes filhos - Antonio Poli, Maria Aparecida Poli, Clarice Poli, Lúcia Poli, Laurindo Polli - meu pai, Idalina Polli, Maria Eloiza Polli, Carlos Polli, Terezinha Polli, Amélia Polli, Luiz Roberto Polli e João Gilberto Polli.