Para ajudar os professores que estão trabalhando as questões arquitetônicas e históricas das construções jauenses aqui algumas informações colhidas de amigos e colaboradores jauenses.
1º - Santa Casa de Misericórdia de Jahu em 1906
...e a 2ª edificação no mesmo lugar em 1934 com o aspecto atual.
(agradecimentos ao Paulo Campana pelas fotos)
2º Casa na Rua Major Prado esquina com a Visconde do Rio Branco
Informações dadas por Cândido Galvão de França :
Antes de Afonso de Moraes Alves (Afonsinho) lá residia Benedito de Paula de Almeida Prado, casado com Antonieta Botelho de Almeida Prado, avós de Pio, Antonieta, Chico Pio e João Pio de Almeida Prado. Na casa vizinha, na Major Prado, morava Marcelo de Almeida Prado, filho do Senador Vicente Prado, casado com Carolina de Almeida Prado (Tia Nhazinha, irmã de minha avó Cotinha - Maria Conceição)
Informações dadas por Guilherme Valente:
A casa, projeto de Álvaro Carlos de Arruda Botelho, foi construída na década de 1920 pelo Coronel Francisco de Paula A. Prado, filho do Major Prado. Ele era casado com Francisca E. de A. Prado, filha d o Tenente Lourenço de A. Prado. O Cel . Paula Prado fundou junto com o pai a companhia Agrícola Paula Prado em 1891, foi sócio fundador do Banco Melhoramentos, trouxe em conjunto com amigos o colégio dos Padres para Jaú e foi o primeiro presidente do Jahu Clube. Depois da morte do Cel. Paula Prado na década de 1930, a casa ficou para o filho Benedicto de Paula A. Prado e sua esposa Antonieta de A. Botelho A. Prado. Nesta casa a filha do casal , Maria Cecília Botelho de A. Prado casou, e nasceram os 4 netos de Benedito. E também foi onde a neta de Benedicto se casou.O interessante é que o Cel. Paula Prado antes de construir esta casa, construiu a casa ao lado, vendida posteriormente para seu irmão Major Marcelo de A. Prado. Após a morte de Benedicto de A. Prado em 1963, a casa foi vendida para Afonso de Moraes Alves. A viúva Antonieta comprou a casa do Major Marcelo e faleceu lá em 1969. Atualmente esta casa pertence ao Sr. Laurindo Marques.
A Arte Cemiterial em Jaú só foi possível pela riqueza do café. Jaú foi a maior embarcadora de café de São Paulo quando o estado era o maior produtor mundial da rubinácea. Impregnado do pensamento positivista de valorização dos feitos heroicos e patrióticos os monumentos foram construídos para admiração. Sua leitura permite interpretar a vida e a morte destas pessoas. Este cemitério foi o terceiro construído na cidade em outubro de 1894 dentro da concepção higienista. A arquitetura é eclética de predominância neo-gótica mas encontramos elementos em Art Decot e Art Noveau. Cheio de curiosidades, rica em fatos e personagens o estudo do cemitério jauense é uma rica aula de História e Arte. Atualmente somente quatro cidades paulistas fazem passeios turísticos em cemitérios: o da Consolação na capital paulista, o de Guarulhos, o de Piracicaba e o de Jaú. Passeios noturnos só ocorrem aqui no Brasil. Na América Latina, depois de Jaú, somente Chile e Colômbia fazem passeios noturnos.
Vista panorâmica da área antiga do cemitério de Jaú - 2011
Um típico "habitante" da necrópole jauense
Foto da cadela "Lalis", única foto de animal no cemitério.
Estátua "Saudade" - obra do famoso escultor ítalo-brasileiro Eugênio Prati...
...que adorna o túmulo de Vitor Cesarino.
Detalhe do túmulo dos Heróis Constitucionalistas de 1932. Traços do modernismo.
Estátua de Maria de Roque De Mingo - quatorze estátuas catalogadas no cemitério jauense.
Busto esculpido pelo artista jauense Agnelo Lourenzão
Túmulo mais antigo em pé no cemitério - reserva especial nº 6 ...
...de Dona Leonor de Almeida Prado, uma das pioneiras da família Almeida Prado que aqui chegaram em 1858. Faleceu em 1895. Foi casada com Francisco de Assis Bueno
Orozimbo Loureiro, importante político local, os ramos de café em sua sepultura demonstram o status.
O famoso túmulo da "noiva" - estátua em mármore carrara pertencente a família Toledo de Arruda também chama-se "Saudade" e foi encomendada na Europa. Pedidos de casamento são feitos neste túmulo.
São Miguel da Virgem Dolorosa e a famosa "Caveirinha", que segundo a crença local atende os pedidos daqueles que enfiam os dois dedos nas cavidades oculares da caveira.
Coluna quebrada simboliza a morte de um jovem...
...neste caso o do jovem João Cantarelli Netto, falecido em 25-12-1918 vitimado pela gripe espanhola.
Outra curiosidade no cemitério são estas duas estátuas de costas uma para a outra. Um anjo masculino e outro feminino que abrigam a mesma pessoa...
...Annita Toledo esta neste túmulo...
...e seu nome consta neste outro também.
"Per Crucem ad Lucem" - Pela Cruz se chega a Luz. A utilização do latim era comum no início do século passado no ornamentos mortuários.
O túmulo acima pertence ao casal Alvaro Carlos de Arruda Botelho e Maria de Andrade Egas Botelho.
Única lápide escrita em inglês no cemitério de Jaú, pertence a Robert Curwen Brooke, falecido em 1921 Pesquisando sobre quem foi este inglês, no obituário encontramos: nome - Roberto Brooke (era comum aportuguesar o nome dos estrangeiros); profissão - "empregado" (hum, não ajudou muito); nacionalidade - "Ingraterra" (o único inglês morto em nosso cemitério é um "ingres") e por fim; motivo do óbito - "firmento por arma de fogo". Em 1921 menos de 50% da população sabia ler e escrever. Neste caso o letrado que trabalhava no cemitério escreveu como ele falava, ou seja em bom "caipires" eta.
Túmulo do primeiro jauense a se formar em medicina, Dr. Antonio Pereira do Amaral Carvalho. Hoje o Hospital Amaral Carvalho é reverencia internacional em tratamento do câncer. As corujas simbolizam a ciência e a sabedoria.
Epitáfio no túmulo do quarto prefeito de Jaú, Dr. João Costa, em português arcaico.
Túmulo do herói nacional, Comandante João Ribeiro de Barros...
... no detalhe da obra feita por Roque de Mingo, a esquerda de Jesus Cristo temos os ramos de palma, que simbolizam a ressurreição, a direita ramos de café, alusão a riqueza da família. Na altura das orelhas de Cristo as palavras em latim "Ecce Homo", Eis o Homem, palavras ditas por Pilatos ao apresentar Jesus a multidão em seu julgamento. É utilizado este dizer em túmulos de heróis...
...pois o Comandante João Ribeiro de Barros foi o primeiro americano a atravessar o Atlântico num voo sem escalas em 28 de abril de 1927.
Agradecimentos a Primo Carbonari do Amplavisão.
Foto mortuária no túmulo de Regina Iolanda Perlati - costume da época - única foto deste gênero na necrópole jauense.
Túmulo do Dr. Julio Speranza, primeiro médico a erradicar-se em Jaú em fins do século XIX...
... e provavelmente o primeiro italiano em Jaú.
Capela do Criolando...
...ou Coriolando Rodrigues. Criolando como era mais conhecido tinha a premonição de saber quando uma pessoa acabava de falecer na cidade. Era portador de leve deficiência mental, figura dócil, andava com seu cavalo de pau por toda a cidade até ser avisado por um anjo que segundo seu próprio relato indicava a residência do recém falecido. Levava flores para a família.
Por ocasião da revolução redentora dos Paulistas, Jaú deu mostra da sua grande tradição democrática e do seu imenso amor à liberdade. No dia 12 de julho, terça feira, o jornal “O Comércio do Jahu” estampava na sua primeira página: “Constituição pelas Armas”.
Paralelamente, o então prefeito municipal Sinval de Souza Ribeiro e aas figuras de proa da ocasião como Carlos César, Orozimbo Loureiro, Raul Aguiar, Cecil Weiss, Bento Ferraz Prado, José Augusto de Souza e Silva, Alfredo Sérvulo Romão, Apolônio Hilst (pai de Hilda Hilst), Miranda Jr e outros, começaram a exortar a população para o alistamento militar.
O primeiro local de alistamento foi a Academia Horácio Berlink seguida pela Prefeitura Municipal.
A Comissão Municipal de Alistamento ficou a cargo de José Augusto de Souza e Silva, José Toledo de Moraes e Álvaro Gomes dos Reis.
Já na noite de 17 de julho, saudada por uma multidão de cerca de 5000 pessoas, seguiu para São Paulo, no trem noturno, o primeiro grupo de reservistas de Jaú e região. Esse grupo foi incorporado ao 2º Batalhão 09 de julho, formado no Clube Comercial de São Paulo e lutou bravamente na região de Apiaí, Guapiara e depois em Vitorino Carmilo sob as ordens do Cel Tenório de Brito da FP. Tinha perto de 200 componentes.
No dia 27 de julho, ao meio dia, embarcaram para Botucatu os primeiros 160 combatentes que faziam parte da Primeira Companhia do Batalhão Jauense de Voluntários.
No dia 2 de agosto seguia para o mesmo local, porém sobre caminhões, a 2ª Companhia com 108 voluntários. As duas Companhias foram lutar no médio Paranapanema, nas cidades de Ourinhos, Bernardino de Campos, Piraju, Ribeirópolis (Taguai), Taquari (Taquarituba) e Fartura. O Comandante do Batalhão Jauense de Voluntários era o Cel-FP Tubal dos Santos Schneirer.
O Major Ascânio Martins Soares e o Capitão Antonio Carlos de Arruda Botelho foram sub-comandantes (eram civis comissionados)
Muitos outros embarques, menos numerosos, ocorreriam depois.
Além disso, mais de uma centena de outros jauenses foram para a luta incorporados a outros batalhões e estiveram presentes em todas as frentes de batalha.
Nossos mortos foram:
Ascânio Martins Soares (voluntário: morte acidental)
Julio Pinheiro (voluntário: morte decorrente de prisão)
Arsênio Guilherme (soldado PM – morte em batalha)
Texto – Sociedade Veteranos de 32 MMDC de Jaú (Fundada em 23 de maio de 2003
Trecho do Jornal das Trincheiras nº 10 noticiando a apresentação do aviador Comandante João Ribeiro de Barros
Túmulo onde estavam os heróis jauenses, Major Ascânio, Julio Pineiro e Arsênio Guilherme.
Detalhe do túmulo - Folhas de café, traços do modernismo, espada ereta simboliza "avante" e os dizeres no Brasão de Armas de São Paulo na época da Guerra "Pro São Paulo Fiant Exima" - Faça-se por São Paulo o melhor. Detalhe, o Brasão correto é "Pro Brasilia Fiant Exima" - Faça-se pelo Brasil o melhor, como estávamos em guerra, faça-se por São Paulo.
No dia 8 de julho, as 20h, no magnífico prédio do Jahu Clube, o jornalista José Renato de Almeida Prado lançou o livro "Tampa de Baú". José Renato é o maior cronista jauense na atualidade.
Eu e o escritor José Renato
Adão Levorato e José Renato
Daiane Viesser, Julio Polli e Joice Crespilho
Ítalo Poli Jr, Waldete Cestari, esposo, Juliana Parra e Carmem Dangió
Fila para o autógrafo
A Secretaria de Cultura e Turismo de Jaú, Jaci Toffano e sua filha presentes no evento
A Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio de Jaú é um prédio de estilo eclético onde predomina o neogótico alemão. Abaixo algumas fotos históricas e artísticas deste majestoso templo, símbolo da cidade.
Foto - autor desconhecido
Esta primeira foto provavelmente foi tirada por algum fotógrafo da prefeitura. Esta imagem estampava o disco do Hino Jauense. Pode-se verificar as proporções da Igreja por este ângulo - 40 metros de comprimento por 19 de largura e 60 metros de altura.
Foto - Vicente João Pedro
Esta foto de Vicente João Pedro, membro fundador do Foto Clube de Jaú, é uma das mais premiadas de sua carreira. Logo estarei complementando esta informação pois a foto a História desta imagem é uma grande narrativa.
Foto - Waldete Cestari
Waltede Cestari é uma mulher fantástica dotada de múltiplas sensibilidades. Filha de músicos, professora, poliglota, defensora dos animais, também é grande fotógrafa.