sábado, 5 de dezembro de 2009

04/12/09 22h36

Link

Júlio Polli, que comandou duas oficinas no museu municipal sobre a Matriz Nossa Senhora do Patrocínio, levou o grupo acima para uma visita guiada à igreja. O encontro proporcionou conhecimento sobre a história da matriz e, além disso, o grupo pôde examinar de perto as belezas da construção e o que deve ser restaurado

matéria publicada no COMÉRCIO DO JAÚ - 04-12-09

sábado, 25 de julho de 2009

A arte cemiterial de Jahu com a música Libera-me, de Entrevista com Vampiros

Vídeo produzido por Julio Cesar Polli. Contém fotos tiradas do Cemiterio Municipal de Jahu, Ana Rosa de Paula, e a música Libera-me da trilha sonora do filme Entrevista com Vampiros.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Jaú organiza visita turística aos jazigos - Jornal da Cidade (Bauru - 05/07/09)


Jaú organiza visita turística aos jazigos

A proposta é que estudantes aproveitem o passeio para aprender um pouco mais sobre a história da cidade e seu povo

Rodrigo Ferrari

O Cemitério de Jaú irá se transformar em ponto de parada obrigatória para os turistas que visitam a cidade. Um projeto desenvolvido pelo professor de história Júlio César Polli em parceria com a Secretaria de Cultura do município pretende organizar visitas monitoradas ao local. O primeiro passeio (que será gratuito) é destinado a alunos do curso de pedagogia da Faculdade Jauense (Fajau). Na opinião do professor, cemitérios são locais privilegiados para se pesquisar a história de determinado local. “As pessoas ‘levam’ para o túmulo seus gostos, sua visão de mundo, suas concepções religiosas, seu modo de vida. Você pode até não fazer idéia de como era a casa de indivíduo, mas poderá ter uma noção clara de como ela vivia a partir de sua sepultura”, explica ele. Cemitérios também permitem acompanhar as transformações culturais e ocorridas em uma sociedade, ao longo dos anos.
Em Jaú, a coexistência dos mausolé
us suntuosos do início do século passado com jazigos simples e quase sem ornamentos, construídos a partir da década de 1950, ajuda a dar uma idéia de como foi declínio da cultura do café na região central de São Paulo. Se, antigamente, os fazendeiros podiam se dar ao luxo de fazer com que seus mortos descansassem em verdadeiras réplicas de palácios, hoje algumas famílias mal têm condições de ladrilhar a morada eterna de seus entes queridos.No Cemitério da Saudade, em Bauru, essas transformações também são bastante claras. Mais do que isso - os túmulos existentes no local colocam em evidência as desigualdades sociais que vigoram na cidade, desde seus primórdios. Enquanto as famílias tradicionais tiveram condições de ornar seus jazigos com esculturas de bronze ou mármore produzidas por artistas talentosos, os mais pobres se viram obrigados a recorrer a estátuas de gesso para homenagear seus mortos. Absorvidas por sua própria dor, as estátuas de bronze que enfeitam os mausoléus dos figurões acabam por ignorar o sofrimento das pobres imagens de gesso, que se deterioram ao sabor das intempéries do tempo.

matéria publicada no JORNAL DA CIDADE de Bauru em 05/07/2009
agradecimento especial ao jornalista Rodrigo Ferrari e ao Jornal de Bauru pela reportagem


domingo, 21 de junho de 2009

Miguel Pacífico - o santo jauense


Jaú tem uma História peculiar quanto a religiosidade nacional. O único santo brasileiro, Santo Frei Galvão (Antônio de Sant'Ana Galvão) tem um milagre realizado nesta localidade as margens do Rio Tietê (embora não reconhecido pelo Vaticano). São Frei Galvão também possue descendentes no município.

A quase beata, Madre Maria Teodora Voiron, dentre tantas obras de caridade ajudou a fundar e a manter dois asilos no interior do Estado de São Paulo sendo um deles em Jaú.

Mas agora falaremos de um "santo" particularmente jauense. Trata-se de Miguel Pacífico, um italiano que aqui viveu em fins do século XIX e início do XX.

Neste dia 22 de junho comemora-se 40 anos que o escritor jauense Murilo de Almeida Prado escreveu sobre as façanhas deste "santo" genuinamente jauense. Em sua homenagem reproduziremos na íntegra o maravihoso texto escrito no Comércio do Jahu.


COMERCIO DO JAHU - 22 de junho de 1969 - p. 1

"O Santo Carpinteiro que não era São José"

por

Murilo de Almeida Prado

Que o tempo divulgue a lenda e Jahu terá o seu santo, que tambem era carpinteiro, como José. Quem passa pela rua Saldanha Marinho terá a sua atenção despertada, a certa altura por uma curiosa estatua de madeira, entronizada num grande nicho e protegida, frontalmente por uma grade de ferro. Ao pé do nicho, uma inscrição em brucês macarrônico, apagada demais para que permita a sua leitura.

A primeira vista, o visitante mal informado pensará que se trata de uma capela original e os mais religiosos se aproximarão com místico fervor, como já tem acontecido. O fotografo da praça, já acostumado a essas visitas tem observado que gostam de levar uma lembrança da cidade, se postam diante do monumento com marcada atitude de respeito, não dissimulando a fé. Alguns chegam a dirigir preces e fazer promessas à imagem que acreditam por certo será milagreira, ou ali não estaria, impondo a sua paz e irradiando tranquilidade. Outros, procurando satisfazer sua curiosidade, interpelam os moradores locais: - "Quem será o santo?".

O "Santo" Miguel

Miguel Pacífico, cidadão jauense, carpinteiro de profissão, não aspirava a santidade. Tinha lá suas manias, entre as quais se contava o desejo de grandeza, mas jamais pensara em atingir seu objetivo por meio de algum apadrinhamento sobrenatural. Aspirava a grandeza, modestamente. Queria uma celebridade terrena, uma consagrção quase mundana.

Talvez porque fiezesse parte da banda que aos domingos se exibia no coreto do jardim, onde já no início do século se viam os bustos de célebres cidadãos, Miguel Pacífico começou a sonhar com uma consagração pública semelhante. Mas quem iria se dar ao trabalho de erigir um monumento em sua homenagem? Ora, Miguel Pacífico, o carpinteiro da cidade, poderia muito bem fazer a escultura de Miguel Pacífico, o músico, o consagrado cidadão.

E pôs mãos à obra. Num carro de boi trouxe dos longes da região, uma enorme tora de cabriuva e, em sua casa, de formão em punho, paciente e impacientemente esculpiu a sua própria figura, copensando os calos da mão com a visão de sua estampa na praça central para eterna glória dos Pacíficos e tranquilos. Mas eis que, terminada a obra de arte, começaram a surgir os contratempos. A prefeitura não queria nenhum Miguel Pacífico no jardim da cidade. As autoridades da época, com uma penada, vetaram lhe o sonho. Ponderou, esbravejou, argumentou e nada.

Persistente, tratou então de completar sozinho o seu intento. Comprou um terreno na rua Saldanha Marinho, então deserta, e construiu o pedestal, o nicho e lá deixou a sua estátua. Estava feliz.

O deus pagão

Desaparecido o homem, Miguel Pacífico, o imortal, teve novo dissabor e seria contrariedade, eis que entre as suas idiossincrasias, não se incluia a libertinagem e no local que escolheu para sua glória foi confinada a prostituição. Era mais uma afronta que as autoridades lhe faziam.

Na cidade, a foca pequena, formou-se então uma lenda desabonadora a respeito de seu caráter e a despeito de sua vida ilibada, honestamente entre o formão e o clarinete. Alias não se sabe mesmo que instrumento tocava o Pacífico em vida, os anais da cidade não informam. O monumento não está nem ao menos registrado no cadastro municipal. Poderia ter vivido honradamente entre o buril e o bombardino e seria o mesmo. As gerações mais jovens, mal informadas sobre sua verdadeira personalidade, transformaram-no numa especie de heroi devasso, divindade misteriosa ou mitologica que presidisse a farra e aos jogos lubricos.

Sua vida de estatua passou a ser um martírio. Não tinha sossego, começava a noite e , durante a madrugada afrontavam-lhe a monumental dignidade com escarnios e deboches. E com que requintes: chapeus de palha na cabeça, cachimbos na boca, vassouras entre as pernas, cigarros nas orelhas. Como a imaginação é fertil, às horas tardias foram poucos os vexames que não sofreu, as agressões morais e, até mesmo físicas. Pela noite a dentro era ele alvo de disparos de carabina 44, uma violeneia insuportavel para qualquer cidadão, possua ou não mania de grandeza. Tiros que não lhe desformaram a aparência, já que a cabriuva era rija, dura como o aço.

Afilhado de Exu

Porem, como nem tudo são dissabores na vida das estatuas, a imobilidade de Miguel Pacífico, Baco interiorano, começou a desfrutar certa compensação. Por fim, a deferencia, o respeito, a homenagem. É que as mundanas, particularmente as da raça negra, identificando-o como um membro menor da hierarquia da macumba, passaram a lhe atribuir poderes sobrenaturais. Umas querendo fazer mal as outras, invocam a intercessão do Pacífico, junto Exu e Ogum. Prestigiavam-no a ele que nem sequer ouvira falar desses senhores do astral e nem entrendia nada desses assuntos.

Seu nicho, de 3 paredes honradas, foi coberta de embrulhos e "encomendas", sacos de pipoca, pés de coelho, ossos, charutos, galinha morta. Miguel Pacífico amanhecia cercado de velas profanas, tudo por que não lhe desvendaram o futuro no qual iria, já contra a vontade perigosamente vivier. Adivinhasse o porvir e certamente teria escolhido outro local para seu descanço e consagração.

A paz

Atualmente o confinamento foi suspenso, as afrontas cessaram eessas praticas não se repetem. Miguel Pacífico esta tranquilo. Tem apenas, uma vez ou outra, que solicitar os prestimos de algum santo verdadeiro (um bom santo canonizado) a fim de atender, com sua boa alma, aos pedidos que às vezes lhe fazem; por engano, é verdade, mas nem por isso, com menor fé ou fervor menos intenso.
Estátua de Miguel Pacífico quando esta se encontrava na Rua Saldanha Marinho
Observações
No início dos anos 70 para a construção da estação rodoviária, seu nicho foi destruido e sua estátua transportada para o Museu Municipal onde se encontra até hoje.
Agradecimentos especiais a Patrícia Alonso do CEDOC da Fundação Dr. Raul Bauab pela ajuda na pesquisa e ao senhor Italo Poli Jr pelas fotos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Arquitetura Eclética de Jahu (SP) - Brasil

Arquitetura Eclética é o movimento arquitetônico predominante no Brasil e em Portugal na segunda metade do século XIX e primeiras décadas do século XX.
É basicamente a mistura de estilos arquitetônicos que exibiam elementos da arquitetura clássica, gótica, barroca e neoclássica.
Estava inserido dentro da arquitetura historicista que buscava reviver através de seus diversos "neos" - neoclássico, neogótico, neoromântico, neobarroco -, os elementos mais significativos destas correntes arquitetônicas.
De maneira geral se caracterizou pela simetria, busca da grandiosidade e riqueza decorativa.
No estado de São Paulo o ecletismo arquitetônico teve em Ramos de Azevedo seu maior nome. A antiga estação de trem da Companhia Paulista na Rua Humaitá em Jaú - demolida na década de 70 para abrigar a atual estação rodoviária - foi projetada por ele.

Foto: acervo Ítalo Poli Jr.

Em Jaú (estado de São Paulo, Brasil), fundada em 1853, a arquitetura eclética é um precioso patrimônio cultural cujo valor merece mais atenção do setor público e privado.


A Secretaria de Cultura e Turismo de Jaú tem promovido cursos e oficinas cujo principal objetivo é divulgar a riqueza patrimonial da cidade. Na contramão, alguns vereadores, donos ou representantes de setores cujo lucro advêm da especulação imobilizaria, tentam limitar e barrar as ações preservacionistas da cidade. Em nome do dinheiro fácil querem privar a cidade deste importante patrimônio cultural capaz de gerar renda através do turismo.





Fotos - Julio Cesar Polli 2008/2009

Conheça um pouco da História de Jaú...

quem gostou.. posta um comentario.. obrigado

domingo, 3 de maio de 2009

O testamento de Thereza de Assis Bueno


Thereza de Assis Bueno era filha de Leonor de Almeida Prado (natural de Itú e irmã de Major Prado e Lourenço Prado) e de Francisco de Assis Bueno. Ao morrer solteira em maio de 1926 a grande surpresa - Thereza deixa em testamento suas terras aos 7 descendentes de seu ex-escravo de nome Jonas. Acompanhe essa interessante história que foi publicada no Comércio do Jahu, em 22 de julho de 2006.
"Jaú, maio de 1926. No início do século 20, a próspera cidade do centro-oeste paulista vivia os tempos áureos das fazendas de café. Os donos de terras acumulavam riquezas que durante anos seriam capazes de garantir aos seus descendentes uma vida estável e luxuosa.

Num período em que o papel da mulher na sociedade era apenas o de gerar e criar filhos, surge a figura de Thereza de Assis Bueno. Solteira e herdeira de uma das famílias mais tradicionais do Município, a personagem rompeu com todos os padrões vigentes e aceitáveis na época ao deixar uma parte de sua afortunada herança aos sete filhos de seu ex-escravo, Jonas de Assis Bueno.

O testamento de Thereza, lido em 6 de maio de 1926, um dia após a sua morte, chocou a tradicional sociedade jauense. Inconformados, alguns integrantes do clã Assis Bueno alegaram que a mulher sofria de insanidade mental, e que sua condição de analfabeta não permitia que ela escrevesse e assinasse o testamento.

"Mas 14 testemunhas compareceram ao tribunal para defender a veracidade do comuneto", informa a historiadora Norma Botelho, que coordena o projeto Jahu na Vanguarda do Processo Histórico, desenvolvido pelo programa Universidade Aberta à Terceira Idade.

Segundo a pesquisadora, os coronéis Lourenço Avelino de Almeida Prado, parentes próximos de Thereza, asseguraram ao júri que a distinta senhora sabia ler e escrever, e era dotada de uma grande inteligência. "José Lopes Rodrigues, gerente do Banco Melhoramentos, também intercedeu afirmando que ela administrava seus próprios negócios, e que sempre comparecia à agência para efetuar as transações."

Depoimentos como esses fizeram com que o juiz decretasse a veracidade do testamento, e os sete filhos do ex-escravo receberam a posse de todas as terras que pertenciam a Thereza de Assis Bueno.

Zélia Lúcia Américo de Castro, bisneta de Jonas de Assis Bueno, lembra com saudosismo da história mais contada durante sua infância. "A dona Thereza doou as terras aos filhos do meu bisavô por entender que, como escravo fiel e trabalhador, ele ajudou a construir sua riqueza."

De acordo com Zélia, os descendentes dos filhos de Jonas de Assis Bueno ainda têm a posse das terras herdadas, localizadas nas imediações do Jardim Jorge Atalla. "Muitos ainda moram na fazenda. Recebemos um presente valioso."

Na opinião de Norma Botelho, a partilha dos bens de Thereza representou muito mais que uma briga em familia. "O caso envolveu toda uma questão étnica, na qual os negros tomaram o lugar dos brancos. Algo inédito numa sociedade tradicional como a de Jaú."

A historiadora considera Thereza de Assis Bueno uma mulher à frente de seu tempo, que agiu de acordo com sua própria vontade na busca de seus ideais."
Acima, a Capéla onde repousam os restos mortais de Thereza de Assis Bueno, localizada na parte antiga do Cemitério Municipal de Jaú.
É triste o estado de abandono de seu sepulcro.


Foto do túmulo de Leonor de Almeida Prado, falecida em 13 de agosto de 1895 , mãe de Thereza de Assis Bueno.

domingo, 5 de abril de 2009

Corredor Histórico Cultural - Passeio criado pelo CEDOC (Centro de Documentação da Fundação Educacional "Dr. Raul Bauab" de Jaú)

O projeto Corredor Histórico Cultural do CEDOC da Fundação tem entre outras finalidades, levar cultura e conhecimento através de passeios monitorados. Utiliza a arquitetura eclética nos prédios públicos e particulares para contar a História de Jaú.

No último domingo acompanhamos um desses passeios guiados pela professora Patrícia Alonso.


Saída do grupo na Fundação - importância de preservar e valorizar o patrimônio arquitetônico de Jaú.
Ladeados pela professora Patrícia, alunos de pedagogia recebem informações da Praça da República e Casa Magnani.

Na mesma Praça, agora posando em frente do coreto

Durante o passeio, tivemos a felicidade de encontrarmos com o Sr. Nasser, um dos fundadores do Foto Club de Jaú, que nos passou valiosas informações sobre nossa História.

Após 3 horas de caminhada pelos centro histórico de Jaú, a despedida do grupo em frente ao Banco Melhoramentos de Jaú.


Para mais informações entrar em contato com a Fundação Educacional "Dr. Raul Bauab" de Jaú.

Rua Tenente Navarro, 642 - CEP 17207-310 - Jaú / SP - Brasil

Fone (14) 2104-3335 - Fax 2104-3301

www.fjaunet.com.br

e-mail: cedoc@fjaunet.com.br

domingo, 29 de março de 2009

O que é Patrimônio Cultural?



Patrimônio Cultural é a terminologia substitutiva à de “patrimônio histórico e artístico”, sendo constituído de unidades designadas “bens culturais”. Por sua vez, podemos definir “bem cultural” como sendo toda produção humana, de ordem emocional, intelectual e material, independente de sua origem, época ou aspecto formal, bem como a natureza, que propiciem o conhecimento e a consciência do homem sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeia.
A preservação do patrimônio cultural é vista, hoje, prioritariamente, como uma questão de cidadania e, como tal, interessa a todos por se constituir em direito fundamental do cidadão e esteio para a construção da identidade cultural.
No contexto da cidadania cultural se inscreve o direito a memória histórica.
O direito à memória como direito de cidadania indica que todos devem ter acesso aos bens materiais e imateriais que representam o seu passado, a sua tradição, enfim, a sua história.
A falta desta identidade cultural é fato constatado em Jaú. Uma das causas é a omissão em ensinar aos jauenses suas histórias. Assim a maioria da população desconhece quase que por completo fatos históricos da cidade, não se localizam no tempo e não compreendem o motivo de se preservar casas, casarões e fazendas. Isso explica, em grande parte, as constantes depredações e violações ao patrimônio cultural por parte da própria população. Ela não se vê nos ícones, símbolos e monumentos que foram preservados por uma ação estatal, não se identifica com um passado remoto e com uma memória que não lhe diz respeito.
Acreditamos então que a identidade cultural de um país, estado, cidade ou comunidade se faz com memória individual e coletiva. Somente a partir do momento em que a sociedade resolve preservar e divulgar os seus bens culturais é que se inicia o processo de construção de seu ethos cultural e de sua cidadania.
Nessa perspectiva, o patrimônio cultural se reveste de grande importância para o país por lidar com o substrato da memória que, por sua vez, constitui elemento essencial para a construção da cidadania cultural.
A memória é importante na construção da identidade e da cidadania cultural porque ela faz com que os habitantes percebam, na fisionomia da cidade, sua própria História de vida, suas experiências sociais e lutas cotidianas. A memória é, pois, imprescindível na medida em que esclarece sobre o vínculo entre a sucessão de gerações e o tempo histórico que as acompanha.
Sem isso, a população urbana não tem condições de compreender a história de sua cidade, como seu espaço urbano foi produzido pelos homens através dos tempos, nem a origem do processo que a caracterizou. Sem a memória não se pode situar na própria cidade, pois perde-se o elo afetivo que propicia a relação habitante-cidade, impossibilitando ao morador de se reconhecer enquanto cidadão de direitos e deveres e também como agente da história.

Foto: escultura de anjo em mármore carrara, Cemitério Municipal de Jaú, 2009

domingo, 22 de março de 2009

Igreja de Santo Antônio no Banharão Novo em Jaú


Quando era criança, nas férias íamos de trem até Sumaré (SP). No caminho passávamos pela estação do Banharão. Lembro-me dos prédios comerciais e residenciais que lá existiam, alem é claro da estação. Hoje, além da plataforma e de uma escada, só as ruínas da Igreja de Santo Antônio denunciam que por ali existiu um bairro promissor e importante para a econômia da nossa cidade.

A ganância das usinas de álcool não poupam e não respeitam nada e ninguém. Este é o grande exemplo do "progresso social" que as usinas de álcool patrocinam. Será que a usina precisa tanto dessa pequena área a ponto de por a baixo a nossa história?


Milagrosamente estas ruínas sobrevivem graças ao empenho do senhor Vendramini, neto do doador das terras para a construção da Igreja. Fotos de Julio Cesar Polli em 22 de março de 2009.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Reportagem do Comércio do Jahu em 24/02/2009

Historiador retoma tour histórico pela matriz

Ricardo Recchia

24/02/2009
Tuca Melges





Com o objetivo de contar um pouco da história de Jaú ao longo dos mais de cem anos da Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio, o historiador Júlio César Polli, 34 anos, retomou o tour turístico-cultural pelo prédio, tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (Conppac). A visitação teve início no ano de 2006. Ontem, Polli ciceroneou grupo de 30 turistas de São Paulo que que-riam conhecer a igreja.Conforme o historiador, um dos principais atrativos da igreja são as pinturas, que começaram a ser feitas em 1922. Mas sua intenção, revela, é de entrelaçar a história da Matriz com a do Município. Polli pretende entregar no próximo mês projeto de visitação histórica do local para o secretário de Cultura e Turismo de Jaú, André Galvão de França.“Nós queremos chamar a atenção do jauense para o passeio. Muita gente tem vontade de conhecer a história da Matriz, dos casarões antigos, mas não sabe como. Sabendo mais sobre a nossa história, nos sentimos coesos, lembrando que de fato somos uma grande família”, diz Polli. (RR)