sábado, 2 de abril de 2011

Retificação da lista dos imóveis preserváveis

Saiu no Comércio do Jaú de hoje, dia 2 de abril, que o vereador José Aparecido Segura Ruiz (PTB) quer que seja feita a retificação da lista dos imóveis preserváveis e que o vereador José Carlos Zanatto (PP) disse na última sessão da Câmara que em abril a Prefeitura enviaria ao Legislativo o projeto que revisa o número de prédios tombados pelo Município


No Aurélio.

Retificar - 1- Tornar reto, alinhar. 2 - Restaurar motor de automóveis; recondicionar. 3 - Corrigir o que foi dito. (grifo meu)

Revisão - 1- Ação de revisar,corrigir. (grifo meu) 2 - Exame minucioso e atento.

Ou seja, ambos vereadores querem corrigir o que foi dito. Penso que para eles o que foi dito já era, pois não é mais dito.  Pergunto aos nobres leitores : realmente é  necessária tal retificação e revisão dos prédios tombados de Jaú? Ainda mais neste momento que o governo de Jaú esta a deriva e totalmente desacreditado. 
Retificação e revisão estas que ao meu ver querem corrigir a lei  não com o intuito de ajuda-la  na conservação da arquitetura eclética e promoção do turismo em nossa cidade mas sim de dar concretização, argumentos e armas aos especuladores imobiliários da cidade  destruírem de vez nossa memória e fonte de riqueza. 
Jaú é uma das poucas cidades de São Paulo que possui considerável patrimônio arquitetônico (o ecletismo) que conta a História de um tempo, o tempo do Café. 
Então assim como Ouro Preto é referencia para os tempos do ouro e da colônia, Jaú pode ser referencia para o café e o República Velha.  Tem potencial e acervo. 
Só não desenvolve o turismo porque um bando de incompetentes e egoístas  a tratam com vistas a obter lucro, não por preserva-la, mas pelas vantagens dadas aos destruidores ou seja, utilizam do seu cargo para prejudicar o objetivo principal. É como colocar um ladrão para julgar outro ladrão. 
Pessoas visitam Jaú para conhecerem a Matriz, os casarões, as fazendas e também o cemitério. Visitam também para comprar sapatos (principalmente) e também para o Hospital Amaral Carvalho (o chamado turismo de saúde). Mas nada impede de que ganhemos rendas do turismo histórico arquitetônico.
Existem leis para quem possa achar que os proprietários de casarões são lesados por não poderem mexer nos seus imóveis. Enxergam no patrimônio apenas um terreno para a construção de um edifício ou um estacionamento. Destruição por falta de manutenção não é desculpa para demolição. Nunca conheci alguém que destruiu seu casarão e construiu sua casa novamente naquela localidade. Querem vender seus casarões para destruição física do mesmo e para isso alegam as mais deslavadas desculpas como, alto  custo de manutenção (?), perigo de desabamento (essa é clássica). 

É preciso lutar para temos o direito de memória. Direito de mostrar aos nossos filhos e netos como era Jaú no tempo de sua riqueza, que quando o estado de São Paulo se tornou o maior produtor mundial de café, Jaú era uma das maiores produtoras. Dizer que neste tempo Jaú foi a quarta cidade do Brasil a ter energia elétrica. Quero mostrar Jaú do tempo do João Ribeiro de Barros.

Lembremo-nos recentemente do episódio do correio. Um lindo exemplo de Art Deco que foi ao chão para construirem  uma caixa. Porque disso? Minha opinião -ganância. 
Temos História senhores vereadores, temos o direito de preserva-la. Exijo meu direito de memória. Não condeno os nobres vereadores. Na verdade acredito mesmo que são apenas ignorantes e assim que aprenderem a conhece-la, a arquitetura historicista, terão outra visão da nossa arquitetura eclética.

abraços 

Julio Polli  


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